O secretário do Ministério do Esporte, Paulo Henrique Perna Cordeiro, se reuniu com atletas amadores para ouvir as demandas das modalidades. O encontro ocorreu no Plenário Valério Caldas de Magalhães, o Plenarinho da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). O presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), e o vereador de Boa Vista Daniel Mangabeira (Rede) também participaram.
O “Papo em Jogo” foi articulado pela Superintendência de Programas Especiais, que oferece gratuitamente aulas em diversas modalidades esportivas por meio do Centro de Convivência da Juventude (CCJuv), que atendeu mais de 4,5 mil pessoas no ano passado. Participaram atletas amadores, representantes de associações esportivas e de instituições públicas.
Entre as demandas levadas pelos atletas, estavam a construção de um centro de treinamento em Roraima, investimento no esporte nas escolas públicas e suporte financeiro para que times e atletas participem dos jogos escolares e de competições nacionais.
Iniciativas
Soldado Sampaio teve o trabalho da Superintendência de Programas Especiais elogiado pelo secretário. O presidente da ALE-RR reforçou que o esporte é uma importante ferramenta de inclusão social e de aproximação da juventude das atividades da Casa, tendo garantido o direito à cidadania.
“A Assembleia tem um braço abrangente voltado para o social, um mecanismo para discutir com o jovem a importância das políticas públicas. Ou seja, o esporte e o lazer são um atrativo para mostrar a ele seus direitos e deveres enquanto cidadão. É uma ação do Poder Legislativo investir neste público tão importante para a sociedade que é nossa juventude”, expressou Sampaio.
O secretário chegou a Roraima nessa quinta-feira (21), conheceu os setores da Assembleia Legislativa, foi recebido por Sampaio, que o levou para visitar o Estádio Canarinho, principal espaço para práticas esportivas do Estado. Ele fica em Roraima até este sábado (23) e comentou que a ideia do bate-papo é democratizar o acesso ao esporte em todo o Brasil.
“Ainda na linha do nosso ministro André Fufuca de levar as políticas governamentais do esporte para todo o Brasil, decidimos ouvir na ponta essas demandas dos próprios operadores do esporte para que, do ponto de vista de implementação das políticas públicas, se facilite esse processo a partir das necessidades apontadas por quem trabalha o esporte em Roraima”, reiterou o secretário Paulo Henrique.
O superintendente de Programas Especiais da ALE-RR, Pablo Sérgio, explicou que a proposta do bate-papo foi para o secretário “escutar os esportistas, para que ele possa ter uma noção da realidade que temos em Roraima, os desafios, as dificuldades. Momento de escuta, de falar sobre os planejamentos para a Amazônia”.
Investimentos no esporte
Dorsyrene Sánchez tem 29 anos e há 13 se dedica ao breakdance, uma das expressões da cultura hip-hop. Ela afirmou que levar as demandas para o secretário foi importante, principalmente porque a dança é praticada em periferias, onde o acesso às oportunidades é menor frente às regiões consideradas de elite.
“É uma modalidade que precisa de investimento, porque é um caminho para sair da criminalidade, das drogas, e dedicar tempo para se tornar um atleta de alto rendimento. Antes, o break era visto como prática de grupos marginais. Agora não. Agora você pode dizer que é um atleta de breakdance”, declarou a jovem.
Yasmin França é representante da Associação Atlética de Enfermagem da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e da Universidade Estadual de Roraima (UERR). Ela disse que o encontro foi primordial para discutir mais investimentos na área acadêmica, como forma de inserir cada vez mais a juventude no esporte.
“O meio esportivo nunca foi levado tão a sério, principalmente na universidade. Quando ingressamos no ensino superior, diversas questões são enfrentadas. Por isso é de suma importância termos esse apoio. Que possam dar voz aos acadêmicos que mostram a vontade de crescer no esporte, seja por qualidade de vida ou outro motivo”, ponderou Yasmin.
À frente do Centro Paralímpico de Roraima, Vinícius Denardin lembra que é preciso pensar em políticas públicas que contemplem pessoas com deficiência. O centro trabalha com sete modalidades esportivas voltadas para pessoas com deficiências física, intelectual e visual, e a grande lacuna que precisa ser preenchida é a atenção aos autistas.
“Tínhamos, até dois anos atrás, o Programa TEAtivo, por meio do qual atendemos cerca de 30 alunos autistas, mas infelizmente perdemos esse contrato. Agora, estamos fazendo o possível para atender esse grupo que é carente de atividade física e, a partir do momento que temos um secretário nacional articulado com a Assembleia Legislativa, temos certeza de que as políticas públicas vão crescer em torno dessa população”, avaliou Denardin.
Texto: Josué Ferreira
Foto: Eduardo Andrade
SupCom ALERR